segunda-feira, 25 de junho de 2012


  1. Jogos tradicionalistas Gaúchos: 


  2. Jogo do Osso 
     

        Escolhe-se um chão parelho, nem duro, que faz saltar; nem mole, que acama; nem areento, que enterra o osso.
        É sobre o firme macio, que convém. A cancha com uma braça de largura, chega, e três de comprimento; no meio bota-se uma raia de piola (cordão, barbante), amarrada em duas estaquinhas ou mesmo um risco no chão, serve; de cada cabeça da cancha é que o jogador atira, sobre a raia do centro: este atira daqui para lá, o outro atira de lá pra cá.
        O osso é chamado de taba, que é o osso do garrão de rês vacum. O jogo é só de culo ou suerte. Culo é quando a taba (o osso) cai com o lado arredondado pra baixo; quem atira assim perde logo a parada. Suerte é quando o lado chato fica embaixo: ganha logo e sempre.
       Quer dizer: quem atira culo perde, se é suerte ganha e logo arrasta a parada.
        Ao lado da raia do meio fica o coimeiro que é o sujeito depositário da parada e que a entrega logo ao ganhador. O coimeiro também é quem tira o baralho - para o pulpeiro (dono da pulperia, taberna ou botequim). Quase sempre é algum aldragante (vagabundo) velho e sem-vergonha, dizedor de graças.

    Sete-Em-Porta

        Jogo de cartas, variante do monte. Joga-se com vinte e um ou mais baralhos, em uma caixa da qual o banqueiro tira duas cartas, fazendo-se nestas as apostas. Não ficando reservada ao banqueiro nenhuma carta, a vantagem dele consiste em pagar apenas 50% das apostas quando a carta sai em porta, quer dizer, quando é a primeira a ser tirada, e, além disso, em ganhar, em tal caso, o total apostado na outra carta.

    Truco
     
       Jogo de cartas entre dois ou quatro parceiros, cada um dos quais recebe três cartas. Quando é apenas entre duas pessoas chama-se truco de mano.

    Bocha
      

        Este jogo consiste em arremessar, desportivamente, bochas (bolas) de madeira ou de resina sintética, sobre uma cancha de terra batida. Numa disputa, entre duas pessoas, visa-se o lugar mais próximo ao "balim" (pequena bocha), concorrido com arremessos de 4 bochas cada jogador e a posterior contagem dos pontos.
    Inicia-se a jogada com o arremesso do balim pelo jogador que logrou mais pontos na partida anterior. Cabe-lhe, igualmente, o direito de arremessar a primeira bocha. Quando um está no "ponto" (mais próximo do balim), faz com que seu adversário jogue suas bochas até conseguir lugar mais próximo ou acabe as suas bochas.
    O jogo de bocha foi trazido para o Rio Grande do Sul, provavelmente pelos italianos, que têm como seu esporte favorito. O surgimento deste jogo foi na Espanha, onde camponeses espanhóis jogavam com bochas de "pedra-sabão". Posterior aos anos 60, veio a utilização do cerne de madeira, quando o pau-ferro, extremamente duro e pesado, teve o grande domínio das canchas de bochas.

    O jogo de bocha não é tão antigo em nossos pampas, porém é de profunda aceitação em todas as regiões. Os italianos levaram-no para todas as suas colonizações. Este jogo não guarda marcas de machismo. Não disputa coragem nem agilidades. Disputa, desportivamente, a firmeza e o tenteio do pulso, no "arrime" ou precisão de um "tiro", no "bochaço". Antigamente eram permitidas as "lagarteadas" - arremesso livre das bochas pelo ar, invés de rolar. Hoje as regras determinam distâncias específicas para as áreas a serem atingidas pelos bochaços.
    copiado de ABC do Tradicionalismo Gaúcho, de Salvador Fernando Lamberty, ed. Martins Livreiro (recomendo)

Um comentário:

  1. nossa, eu adorava jogar truco, mas é bem complexo..tem várias regras..

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